
INTRODUÇÃO
Os que acompanham o site sabem que já tive três tocadores portáteis considerados high-end: HiFiMAN HM-801, iBasso DX100 e, recentemente, Sony NW-ZX1. A verdade, porém, é que nenhum deles foi o suficiente para tomar o posto do meu bom e velho iPod Classic.
Eles eram, sim, superiores em termos de qualidade de som. Só que não era uma diferença grande, e esse é apenas um dos fatores que determinam a qualidade geral de um player – portabilidade, interface, bateria e capacidade de armazenamento, por exemplo, são outros. Nenhum desses tocadores me ofereceu um incremento de qualidade de som significativo o bastante para compensar não só o preço, mas também todas as áreas nas quais o iPod é evidentemente superior.
Até que, recentemente, pude ouvir um Calyx M e me surpreendi. Finalmente estava ouvindo um player que me oferecia um incremento em qualidade de som que eu classificaria como significativo e que, consequentemente, talvez tivesse o potencial de querer me fazer abandonar meu fiel escudeiro da marca da maçã.
O M é o primeiro player portátil da coreana Calyx, fabricante de equipamentos de áudio famosa tanto pelo DAC 24/192 quanto pelo sofisticadíssimo FEMTO, apesar de também desenvolver amplificadores e caixas de som. No distribuidor oficial do Brasil, o aparelho custa R$4.500.
ASPECTOS FÍSICOS E FUNCIONALIDADE
O M já faz parte da nova safra dos players high-end, e a situação é bem diferente da que enfrentei quando tive o iBasso e o antigo HiFiMAN – mas ainda assim não é perfeita.
O aparelho é muito atraente, com sua enorme tela, a construção em alumínio numa lindíssima cor num tom entre o marrom e o bordeaux, e o belo acabamento. Porém, ele ainda está longe de ser compacto. É um pouco menor do que os grandes celulares atuais, mas ainda é massivo em relação a qualquer tocador comum hoje em dia, principalmente na espessura.
Na parte superior encontramos o botão de ligar e desligar, uma entrada P2 e uma entrada para dois cartões de memória: um SD comum, que suporta até 256Gb, e uma microSD, cujo limite atual é 128Gb. É uma ótima solução, e quando aliada aos 64Gb de memória interna, torna possível carregar uma enorme coleção de músicas em diversos formatos. E o Calyx parece aceitar todos: AIFF, AIF, ALAC, FLAC, WAV, DFF/DSF(64DSD, 128DSD-DoP), DXD (!), AAC, MP3, MP4, M4A, OGG, até 32Bits de bit depth e até 384kHz de resolução. Sou um pouco contrário a formatos de alta-resolução, mas a capacidade de decodificação desse player é realmente impressionante.
Na parte inferior, há apenas uma entrada micro-USB não só para carregamento e transferência de arquivos, mas também para tornar o M um DAC e amplificador para um transporte externo. Gosto muito dessa função, e é como tenho usado o Calyx boa parte do tempo – ele funciona, tanto com Windows quanto com Mac, em modo USB assíncrono e os formatos decodificados são os mesmos de quando ele atua como player, o que inclui DSD e DXD. Aliás, aproveito esse momento para falar sobre o único acessório incluso com o aparelho, mas é um que merece atenção: seu cabo USB é bilateral! Todos sabem que o encaixe de um cabo USB desafia as leis da estatística, já que a maioria das pessoas erra quase 100% das vezes, mas felizmente isso acaba com o M.
Na lateral direita, temos botões de play/pause/avançar/retroceder e o controle de volume. O botão de volume é um tanto curioso: há um rebaixo onde fica encaixada, magneticamente, uma pequena peça que desliza para cima e para baixo. Em situações comuns é uma solução que funciona bem, mas não consigo parar de achar que uma hora você vai perder a peça e/ou aumentar ou diminuir o volume acidentalmente (aconteceu comigo e não foi nada confortável) já que não existe função hold. Mas é possível desabilitá-lo e ativar um slider na tela, apesar de essa também não ser uma solução que eu considere particularmente conveniente.
Por falar em tela, essa é a melhor que já vi em qualquer tocador portátil high-end. É uma OLED de 4.65 polegadas e resolução 1280×720. Não chega perto das telas de altíssima resolução que vemos em smartphones atuais, mas é muito respeitável e faz jus ao lindíssimo sistema operacional baseado em Android. Mas ele não é muito fluido e, em termos de funções, não há muita coisa. Apenas as operações comuns de músicas, como navegar por meio de diferentes classificações e ordenações, shuffle, repeat, e criação de playlists. Não há equalizador, por exemplo. Está léguas à frente do meu antigo HM-801 ou do sistema operacional dos players FiiO, mas também não é nenhum iPod Touch ou Sony NW-ZX1.
Uma função presente, que é relativamente comum em tocadores high-end mas inexistente nos comuns é o controle de ganho, que nele é chamado de Impedance Matching, ou casamento de impedâncias. Isso não altera a baixíssima impedância de saída do player, próxima dos 0 Ohms, e sim o ganho, que faz com que ele consiga empurrar desde in-ears muito sensíveis até full-sizes cascudos.
Então em termos de uso considero o Calyx na média entre os atuais tocadores portáteis high-end, mas ele ainda apresenta comprometimentos em relação a players comuns de grandes fabricantes, como Apple ou Sony, por exemplo. E, agora, vou falar sobre o maior deles: a duração da bateria. Se o M possui um problema monumental, é esse. Apesar da bateria de 3100mAh (meu Sony Xperia X2, um monstro em duração de bateria, tem 3200), no M sua duração de acordo com a marca é de pífias 5 horas. Realisticamente, durante o uso comum, ligando a tela algumas vezes, você terá sorte se conseguir 4. Sei que esse é um preço a se pagar pela seção de amplificação que opera em classe A – algo que fica claro pelo calor que ele emite – e pelas enormes capacidades do player, mas sinceramente, não sei se esse é um preço que eu estaria disposto a pagar. Não sei se eu teria um tocador que não dura metade de um dia comum para mim.
O SOM
O que me impede de simplesmente dispensar o M é o que acontece quando o ouço. Em termos de qualidade de som, ele é espetacular.
Quando avalio players, costumo ressaltar o quanto, com in-ears, a diferença para um bom tocador comum, como o iPod, é pequena. Aqui, a situação é um pouco diferente. Veja, ela ainda não é o que eu chamaria de grande, mas é no mínimo significativa com o JH Audio Roxanne.
A personalidade do Calyx é quente, impositiva e espacial. Em relação ao iPod Classic, os ganhos estão principalmente nesses três fatores: ele é igualmente caloroso, mas tem mais força, impacto e autoridade, e um significativo incremento em espacialidade, definição e transparência. Acho que aqui estão os maiores benefícios apresentados pelo M. A apresentação é consideravelmente mais tridimensional. O aparelho da Apple, em comparação, me parece mais anêmico e menos orgânico e crível, de certa forma.
A faixa Quiet Nights, da Diana Krall, escancara as diferenças: passando do iPod para o Calyx, é como se toda a renderização, tanto do espaço quanto de cada instrumento individual, se tornasse muito mais clara. O bumbo tem mais força, os pratos têm mais clareza, extensão e distinção e o violão e as cordas são melhor apresentados. A distância entre e a voz e o piano e o restante da banda aumenta, a voz ganha vida e parece mais destacada e definida e toda a instrumentação parece aumentar de tamanho e ganhar transparência, de certa forma. O palco não só aumenta, mas também apresenta maior precisão no recorte e no posicionamento dos instrumentos. O iPod Classic é mais indefinido e menos refinado. Veja, não estou falando de uma diferença grande – certamente algo que não vou identificar no meio de uma rua barulhenta –, mas é evidente numa audição mais criteriosa.
Ele também não tem pena de dar uma verdadeira surra na saída de fones do Yulong D100. É como se houvesse um cobertor entre ele e o fone. Quando o D100 é usado como DAC para alimentar o HeadAmp GS-X a situação muda um pouco, e o M começa a dar indício das suas limitações. O sistema de mesa é ainda mais refinado e transparente, mas essa está longe de ser uma comparação justa. Sendo honesto, o Calyx ficou mais próximo do que eu imaginava.
E ele não se intimida quando é apresentado a situações mais difíceis. O Shure SE846 pode ser um discreto in-ear, mas sua baixíssima impedância, de meros 9 ohms, traz problemas para muitos players. O iPod Classic é um deles – com ele, os graves do Shure se tornam indefinidos e exagerados. No M, há total controle.
No extremo oposto, os elogios continuam: ele consegue levar o HD800 sem muitas dificuldades, e sem deixar tanto a dever, em termos de autoridade, ao GS-X. Esse amplificador de mesa ainda consegue extrair um melhor desempenho nas baixas frequências do Sennheiser, mas o resultado com o Calyx ainda é surpreendentemente competente, quanto mais se levarmos em consideração que é um tocador portátil.
Com o Audio-Technica W3000ANV, o Sennheiser HD650 e o Grado HP1000, full-sizes mais amigáveis, as diferenças diminuem um pouco e, mais uma vez, o Calyx M mostra sua excelência. O mesmo para o Audio-Technica M50 e o Sennheiser HD449. Fones muito diferentes, com personalidades diferentes. E em momento algum achei que o M era melhor ou pior com algum em particular. Sua personalidade equilibrada e refinada garantiu que o resultado fosse igualmente competente com todos eles.
CONCLUSÕES
Vou ser categórico ao afirmar que em termos de qualidade de som o Calyx M é, de longe, o melhor tocador portátil que já pude usar. Ainda não testei todos – tenho um FiiO X5 e um Astell & Kern AK100 II a caminho – mas, sinceramente, vou ficar realmente surpreso se algum desses dois se mostrar superior ao M.
Mas não devemos esquecer de que não é só isso que é feito um player. Ainda existem algumas arestas a aparar no Calyx, especialmente no que diz respeito à fluidez da interface e, principalmente, em seu calcanhar de Aquiles: a duração da bateria. Infelizmente, é algo que me faria pensar 100 vezes antes de puxar o gatilho no M caso eu veja, após a chegada do FiiO e do Astell & Kern, que ele ainda é superior em termos de som.
Mas se isso não for um problema para você, não tenho como recomendar o Calyx M o bastante.
Calyx M – R$4.500
- Sistema Operacional: M:USE, próprio, baseado em Android
- Bateria: 3-5 horas
- Dimensões: 135.50 x 70 x 14.80mm
- Peso: 230g
- Formatos de áudio suportados: AIFF, AIF, ALAC, FLAC, WAV, DFF/DSF(64DSD, 128DSD-DoP), DXD, AAC, MP3, MP4, M4A, OGG @ 44.1, 88.2, 176.4, 352.8, 48, 96, 192 & 384kHz & 16, 24 & 32 Bits
- Memória: 64Gb internos, expansível até 448Gb por meio de um cartão microSD e um SD
- Voltagem de saída: 1.25V rms @ 16 Ohm
- THD+N: 0.0008%@1kHz at 32 Ohm, 0.004%@1kHz at 16 Ohm
- Tela: OLED 4.65″ 280×720 Pixels
Equipamentos Associados:
In-Ears: JH Audio Roxanne, Shure SE846
Portáteis: Audio-Technica ATH-M50, Sennheiser HD414
Full-Sizes: Audio-Technica W3000ANV, Grado HP1000, Sennheiser HD800 e HD650
Set de Mesa: Mac Pro, Yulong D100, HeadAmp GS-X
22 Comments
Matias
12/12/2014 at 23:50Olá Leo, fico feliz que tenha gostado do Calyx M. É um player realmente diferenciado e sua qualidade de áudio é espetacular. Ele também pode ser usado como DAC USB com excelentes resultados. A Calyx tem mais alguns lançamentos previstos para 2015 que prometem! 🙂
Abraço,
Matias
Âmbar – matias@ambaraudio.com.br
mindtheheadphone
13/12/2014 at 12:03Olá, Matias!
Pois é, me impressionei bastante. Fico curioso quanto aos novos lançamentos!
Um abraço!
Paulo Mario
13/12/2014 at 03:20Leonardo,
Belo review! Gostaria de acrescentar que, embora o cursor magnético do controle de volume é destacável, não acho que ele saia assim tão facilmente. Pelo contrário, acho sua movimentação até um pouco “dura”, mas pelo visto não o suficiente para impedir acionamentos acidentais.
Sobre a questão da autonomia da bateria, há que esclarecer que o player funciona mesmo quando estiver sendo carregado pela porta USB, o que dá a possibilidade de se usar uma bateria externa. Tenho uma bem compacta, de 8.900mAh, que embora não seja uma solução elegante, pelo menos garante uma jornada maior de uso.
O estágio de saída, além de classe A, também é feito com componentes discretos, ao invés de circuitos integrados. Contudo, um membro do Head-Fi mediu um pequeno nível DC na saída, o que pode ser um problema para fones intrauriculares com drivers dinâmicos, como relatado naquele mesmo fórum. Mas pelo menos isso sugere que não há nenhum capacitor no caminho do sinal de saída para os fones, o que conhecidamente traria alguma coloração ao som.
O acabamento em alumínio anodizado, além de requintado, também permite uma melhor dissipação do calor gerado pelo circuito do player.
Enfim, acho que o grande trunfo do Calyx M é a sua relação custo x benefício. É certamente bem mais barato que um AK240, e com qualidade de som comparável, segundo alguns avaliadores.
PS: o fabricante na verdade chama-se Digital & Analog Inc., se não estou me engano. Calyx é apenas uma marca fantasia.
mindtheheadphone
13/12/2014 at 12:01E aí, rapaz!
Então, o cursor de fato exige pressão pra ser retirado, mas veja, eu não acho que ele saia fácil, só sei que peças destacáveis assim uma hora ou outra podem trazer problemas. Por exemplo, se vc colocar o M no bolso e ele agarrar em alguma coisa no caminho, não é difícil que a peça saia e que vc a perca sem perceber!
Quanto ao uso de uma bateria externa, pois é, sei que essa é uma possibilidade (como vi quando peguei o player com vc), mas na minha opinião isso não diminui o problema, entende? Acho que, nos dias de hoje, um player como esse tem a obrigação de ter uma bateria que dure pelo menos 8 horas, caso contrário seu uso, para a maioria das pessoas, é seriamente prejudicado. É que nem o caso de alguns iPhones, cuja bateria raramente dura um dia inteiro. Você até pode, por exemplo, comprar uma daquelas capinhas que carrega o aparelho, mas isso não ameniza o fato de que a duração de sua bateria é um problema. É aquilo, sei que é um preço a se pagar, mas acredito que para muitos (como eu), esse talvez seja um preço muito alto.
Sobre o nome da companhia, pois é, eu reparei na parte traseira do aparelho, mas ele chega ao mercado como Calyx! É que nem muitas lojas e franquias, na notinha fiscal há o nome real, mas continuamos nos referindo a elas pelo nome fantasia, que é como elas se apresentam ao mercado 😉
Abração!
ALAN RAMOS
14/12/2014 at 00:41boa noite amigo ,parabéns pelo seu blog .fiquei muito curioso por este player.apesar de sinceramente achar desnecessário a tela full hd para aquilo que ele se propõe,por mais bonita que ela possa ser ,acho que por isso a bateria se esgota tão subitamente.li seu review sobre o x3 ,que foi o primeiro player high-end que tive ,e devo dizer que achei sim uma enorme diferença para tudo o que eu tinha ouvido antes .recentemente comprei um fiio x5 ,e ele é simplesmente fenomenal, .tenho um htc m8 e um lumia 1520 e não consigo mais ouvir musicas neles depois do x5.junto com o fiio e12 e com o sony mdr 1r é o melhor dos mundos ,pelo menos pra mim .no aguardo do seu review do x5.
mindtheheadphone
14/12/2014 at 01:42Olá Alan, obrigado!
Na realidade, não acho que a tela seja responsável pela rápida drenagem da bateria – isso acontece, como eu disse na avaliação, pelo circuito de amplificação discreto, em classe A, e pelo DAC. A tela (que não é full HD, vale lembrar) fica ligada pouco tempo, é muito diferente de um smartphone.
Sobre o FiiO X3, a diferença entre ele e outros players comuns está longe de ser enorme, e posso te garantir que essa sua percepção é proveniente de outros fatores – por exemplo, diferença de volume entre os players numa comparação, efeitos ligados nos celulares, etc. O X3 é um bom player, mas ainda é relativamente simples. E mesmo comparando os mais sofisticados (como esse Calyx) a players comuns, as melhorias estão bem longe de serem enormes. São, como eu disse na avaliação, significativas. E isso contando um ouvinte mais experiente. A maior parte das pessoas não vai conseguir notar muita diferença entre os dois.
De toda forma, estou ansioso para ver o que vou achar do X5 e do AK100 II.
Um abraço!
JourneymanPT
14/12/2014 at 06:05Um player muito bonito mas pelo preço e duração da bateria, fico com a ideia que de portátil tem pouco, além do mais por vezes pergunto-me se as qualidades de HD-audio no exterior realmente são assim tão notórias ao ponto de pagar tanto dinheiro por um leitor que apenas dura 4 horas.
Adorei a review no entanto, o MTH é neste momento uma das referências em sites sobre audio em Português, pelo menos na minha opinião, continua assim! Abraço.
mindtheheadphone
21/12/2014 at 20:44Olá Rafael, muito obrigado!
Pois é, acho que no final das contas ele acaba não sendo tão portátil assim…
Um abraço!
Athos
14/12/2014 at 19:42Ótimo review, como de costume!
Mas ainda continuo com meu Sansa clip zip, rock box e Fiio e6, custo x benefício imbatível e a bateria dura que é uma beleza rsrsrs.
E esse SE846 aí, vai sair um review? Esse é um que tenho muita curiosidade de escutar.
mindtheheadphone
21/12/2014 at 20:47Opa! Valeu, grande!
Vai sim! Na realidade o review já está pronto, falta só eu voltar de viagem pra publicar! Acredito que amanhã já estará no ar.
Abração!
Ivan Reis
15/12/2014 at 12:29Léo,
Parabéns por mais um excelente review.
Estou ansiosamente no aguardo do seu review do Astell & Kern AK100 II.
Estou muito, muito propenso a adquirir um Astell & Kern AK120 II e o seu review do “irmão menor” dele será muito importante em minha decisão.
mindtheheadphone
21/12/2014 at 20:47Valeu, Ivan!
Pois é, também estou bem curioso quanto a esse player. Antes de fazer a avaliação já te dou minhas impressões!
Abração!
Willian Chaves
21/12/2014 at 19:21Eae Leonardo. Como sempre um ótimo review.
Agora deixe-me perguntar: seja o calix m, seja fiio x3, já que esses tem também a seçao de dac, queria saber como se faz para utlizar esses players como dac/amp ligado no pc (pois li e gostei bastante da sua analise do fiio x3 e futuramente irei compra-lo para usar tanto como player como para dac/amp de mesa até comprar um set específico de mesa). Basta ligá-lo no usb e pronto? Ou eu ainda teria que fazer alguma configuraçao do pc ( tipo trocar a saida de audio ou algo assim, sei lá)?
mindtheheadphone
21/12/2014 at 21:02Olá Willian,
Antes, uma pequena correção: qualquer equipamento que toque áudio digital possui uma seção de DAC, que é como chamamos o estágio de conversão digital-analógica. Esses dois players, porém, podem ser usados como DACs e amplificadores de um transporte externo (no caso, um computador), mas isso não tem muito a ver com a expressão “seção de DAC”, ok?
De qualquer forma, para esse uso, basta conectar o player ao computador via USB e, se ele não reconhecer o aparelho imediatamente como um DAC, vc deve ir no Sound Output (não sei onde isso está no Windows, mas certamente é no painel de controle – no Mac é em Preferências do Sistema – Som – Saída – Dispositivo de Saída) e selecionar o FiiO. É muito simples!
Um abraço!
Joy
28/12/2014 at 00:37Léo,
Legal o seu review. Gosto bastante de ler suas análises.
Pesquise isso :
Pono music.
abraços,
Joy
mindtheheadphone
28/12/2014 at 01:35Olá Joy, obrigado!
Sobre o Pono, conheço bem o serviço e, na realidade, tenho críticas bem veementes a ele. Apesar de achar que o objetivo é louvável, o discurso na minha opinião é equivocado, marketeiro em excesso e de certa forma enganador. O player em si pode ser de alta qualidade, até por ter sido desenvolvido pela Ayre, mas o que o Pono promove é a alta qualidade por meio de arquivos de alta resolução – como se a “baixa resolução” fosse o problema atual, o que definitivamente está bem longe de ser o caso.
Em minha opinião, ir acima dos 16Bits/44.1kHz não faz sentido (ver aqui) para audições, só em ambientes de estúdio para mixagem e masterização. O grande problema de qualidade que enfrentamos hoje não está nos arquivos, e sim na qualidade da gravação e da mixagem, como por exemplo na Loudness War. Inclusive, muitos dos relatos que lemos por aí sobre a superioridade da alta resolução podem ser facilmente explicados pelo fato do acervo ser naturalmente de gravações melhores. É frequente, também, encontrarmos mixagens diferentes para esses formatos, como acontece com o vinil. Se esses arquivos forem convertidos para o RedBook as diferenças iriam se manter, porque o que faz a maior diferença é o que está no arquivo. Em compensação, o convertido iria ser basicamente indistinguível do high-res. Toquei um pouco nesse assunto aqui.
O Tyll do InnerFidelity chegou a fazer um artigo excelente que, em minha opinião, resume muito bem o problema. Recomendo fortemente a leitura!
Um abraço!
Joy
28/12/2014 at 22:08Léo, legal suas colocações. Acho bacana quando há discussões que podem enriquecer nosso conhecimento.
Gostaria de uma recomendação.
Tenho alguns fones e gostaria de sua opinião. Estou montando um pequeno estúdio em casa e gostaria de ter um bom fone para monitorar as minhas gravações/produções.
Tenho um Sennheiser Ie8 e um B&W P5 e um Beyerdynamics T51p
Uso o Ie8 para o dia a dia, no metrô, ou andando na rua quando vou ao trabalho. É um fone feio e por isso não chama muito a atenção. Certa vez um cara quis me roubar o fone e quando olhou pra ele desistiu. rs
O P5 uso quando viajo, pois acho ele confortável e mais sóbrio. Como me desloco muito de avião a trabalho, acabo preferindo utilizá-lo. Talvez eu mude para algum mais confortável no futuro e talvez aqui vc já possa dar sua opinião. Não acho adequado um marmanjo andando de terno no aeroporto pra lá e pra cá com um T51p ahahhaahahah
Não acho que o P5 seja o fone ideal para monitorar, pois ele não é lá um dos mais neutros. Tenho uma tendência natural a gostar de sennheiser e beyderdynamics.
Recentemente adquiri um Sennheiser Urbanite, mas ainda não chegou, mas também não acho que será o fone para monitorar (talvez possa brincar de DJ com ele)
Qual seria recomendação ?
Abraços.
mindtheheadphone
28/12/2014 at 22:27Ih rapaz, essa é uma pergunta difícil!
É o seguinte, na realidade, pra monitoração acho que fones devem ser uma opção secundária. O ideal é usar caixas mesmo, como por exemplo as KRK Rokit, que têm uma ótima relação custo-benefício. Mas se vc precisar usar fones, provavelmente a melhor opção é o Sennheiser HD600. Mas se vc precisar de algo mais barato, pode pensar também no AKG K271, no Sennheiser HD 25-1 II (que é inclusive o portátil de que mais gosto), no Grado SR225 ou nos Beyerdynamics DT770 Pro ou DT990 Pro (não os Premium!). Acho que são algumas das melhores opções do mercado!
Um abração!
Pedro Dias
11/01/2015 at 15:37Leo,
Otimo review man!
Você já ouviu algun dos DAPs HiFi E.T.? Eu tenho um e a diferença dele para o iPod é enorme. Mas não conheço outros players hi end para comparar….
mindtheheadphone
11/01/2015 at 19:49Olá Pedro, muito obrigado!
Rapaz, confesso que nunca tinha ouvido falar, mas vi agora uma avaliação do John Grandberg e fiquei curioso! Me pareceu uma proposta interessante!
Um abraço!
Fabio Luiz Nascimento
12/04/2015 at 00:56amigo tenho interface m-audio e monitores m-adio com este player é possivel conectalo na entrada fone da interface para ouvir musica
Mind The Headphone
12/04/2015 at 18:07Fabio, possível até é, mas não vejo o menor motivo. Pra isso, qualquer player mais simples vai te trazer um bom resultado. Não acho que as capacidades do Calyx vão aparecer nesse set-up.